
Trabalhei na cominidade Chico Mendes por dois anos. Eu nunca gostei de chamar aquele espaço de comunidade, preferia o termo favela. Mas por espeito as lideranças comunitárias eu chamava comunidade. O termo comunidade parece-me impróprio para um espaço em que reina o individualismo. Por isso também não gosto do termo comunidade universitária. Também acho que não é mudando o nome que mudamos a realidade.
Mas voltemos a falar daquele espaço:
Na Chico Mendes moravam cerca de 5 mil pessoas e faltava tudo: saneamento básico, posto de saúde, área de lazer, segurança, emprego, área para esporte, cinema, teatro, dinheiro, comida e assistencia do poder público. Sobrava trabalhadores no sub emprego, trabalhadores desempregados, crianças, mulheres grávidas, filhos sem pais, juventude ociosa e de vez enquando um punhado de violencia por parte da polícia e de traficantes.
Todos os dias estavamos lá, eu, Zeca Trindade, Maíra Souto, Luiza, Célia, Gerusa, Silvana e Carmem. Éramos funcionários, muito mal remunerados, da Fundação Fé e Alegria do Brasil. Projetos de educadores, com formação debilitada, sonhadores, trabalhando sem a menor condição possível para se fazer um bom trabalho educacional.
Assim como grande parte dos educadores brasileiros, não quero aquir cometer nenhuma leviandade e generalização, mas digo com certeza, das pessoas que conheci trabalhando com educação, seja nas comunidades periféricas, seja na rede pública municipal ou estadual, 70% pelo menos, só faziam aquele trabalho pelo emprego. Mais nenhum outro compromisso. O que ocasionava e ocasiona um reflexo direto na péssima formação educacional das crianças Brasileiras.
amanhã eu continuo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário