sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Quando eu quis ser o que não era

Quando eu quis ser o que era já tinha esquecido meu tempo,
estava na infância da velhice e a juventude já beirava 80 anos.
Tudo que eu queria era uma semana de fogueira,
mas as pessoas só me ofereciam dinheiro,
falavam de sonhos e acordavam dinheiro,
vomitavam saúde e tratavam dinheiro,
buscavam a melhor comida e comiam dinheiro,
meditavam em templos revestidos de dinheiro,
praticavam yoga e o exercício tinha forma de dinheiro,
amavam o verde da cor do dinheiro,
apaixonavam-se, e o fogo da paixão quiemava
como se fosse dinheiro.
Correntes de amizade, correntes de dinheiro.
Eram meus últimos dias,
Dobrei a esquina e eles olharam de lado.
Jaziam três meses e nenhum sorriso.
Nenhuma ruga lhe ocupara a face,
nenhum brilho, nenhuma estrela.
Eu paguei a conta e sem nenhuma palavra,
eles voltaram a sorrir.

César Félix

Um comentário:

  1. O dinheiro não compra... despede
    O dinheiro impede
    Impede a vida
    A verdade
    Impede a felicidade...
    Triste de quem a compra
    com dinheiro...

    ResponderExcluir