sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Seis sentidos e vinte um gramas

Na morte o primeiro que se morre são os sonhos,
Um campo repleto e extinto de desejos;
analfabeto da alma, o moribundo perde a visão e
olha para não ver;
pouco depois vai-se o tato,
as mãos padecem sem força para o abraço;
Já não se ouve a música, o choro dos lamentos e
os ponteiros do relógio buscam as horas mas
não alcançam os fatos;
o último suspiro veio da saliva,
sente-se apenas o gosto da demora.
Alma não tem gosto, tem peso e cheiro,
o último dos sentidos.
A morte está completa.

César Félix

Um comentário:

  1. cesinha meu nego.... nessa tu foi muito além meu parceiro, carrego comigo as lágrimas desse poema.

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